Conheci o desconhecido filme A onda (Die Welle, Alemanha 2008) totalmente por acaso, durante uma das inúmeras viagens profissionais que venho fazendo esse ano. Esse filme foi lançado diretamente na televisão alemã, e segundo relatos da época gerou muita polêmica, e não era pra menos. E só posteriormente foi lançado nos cinemas alemãos e depois, finalmente, nos de todo o mundo.
O enredo do filme gira em torno de questões contemporâneas, mas o mesmo também poderia ser filmado como um filme de décadas atrás que não perderia o efeito. O filme parte de questões filosóficas e políticas num ambiente escolar juvenil.
O filme começa despretencioso e durante a primeira parte, quando o assunto autocrasia é exposto, as pessoas se perguntam se estão vendo mais um capitulo auto-explicativo de Malhação (Globo, 1995), recheado de relacionamentos amorosos entre jovens e disputas múltiplas juvenis... Mas logo essa dúvida é respondida, quando o roteiro é desenvolvido e o filme cresce de forma assustadora.
Basicamente o enredo do filme é: o professor precisa dar um curso de autocracia para seus desinteressados alunos e para chamar a atenção da classe (e por ser ele simpatizante do anarquismo) cria um mecanismo prático baseado no fascismo e no poder. Wegner, o professor se auto intitula o líder do grupo e propõe o lema "força pela disciplina" e dá ao movimento o nome de "A onda". Já inicialmente são lançadas pelo líder diversas ideologias e regras de disciplina.
Logo, os alunos entendem e se sentem parte da "Onda", ou seja, parte do grupo e passam a acreditar que apenas "A Onda" é relevante e a alimentar ainda mais essa "ideologia" com regras e gestos que caracterizam "A onda", como logomarca, uniforme, comprimento, entre outros aspectos. Quem é da onda está por cima, e quem não é não tem espaço.
A situação vai ficando cada vez mais delicada, quando alunos que não tinham amigos e/ou se sentiam menores passam a ver na onda a solução dos seus problemas de relacionamento. Alguns poucos outros alunos percebem as mudanças comportamentais de seus companheiros de classe e resolvem abandonar as aulas e consequentemente o grupo... Em vão pois no último terço do filme, a situação está fora de controle, e quando o professor e líder do grupo se dá conta disso já é tarde demais.
A cena final é o grande trunfo de "A Onda", os acontecimentos tangem para esse grande momento e o desfecho, o discurso no auditório da escola e seus desdobramentos fogem de qualquer cliclê imaginável. Se o filme não fosse bom (o que não é o caso, pois é ótimo) valeria a pena só por essa cena.
Depois de todo o sucesso de crítica o filme começou a ganhar o mundo. No Brasil foi lançado nos cinemas em outubro de 2009 e foi rejeitado pela a grande massa. Vale ainda citar que o filme é baseado em fatos reais, utilizando como base o livro A terceira Onda (The Third Wave, Ron Jones).
É um filme que, modestamente, eu recomendo!
Verifiquei e por esse link do trailler, tem o filme inteiro no youtube! A quem interessar é só ver por lá mesmo! Flw!
ResponderExcluirCoincidência, eu vi esse filme essa semana. Realmente é muito bom, vale a pena.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa positiva do Blog!!!
ResponderExcluirGostei do seu texto, fiquei curioso e vou ver o filme!
Digão, vê se escreve alguma coisa sobre o mundial de judô na Rússia, fiquei sabendo que o Brasil só teve dois bronzes, gostaria de ler algo a respeito!
Forte abraço!